ESG: Por onde começar?

ESG: Por onde começar?

Primeiro ponto: ESG não é um destino a ser alcançado.

A adoção de padrões e práticas que busquem conciliar o desenvolvimento econômico e financeiro com a conservação e restauração ambiental; com a valorização e o fortalecimento das pessoas que circundam a organização, (colaboradores, clientes, fornecedores e comunidade); e a governança corporativa deve ser entendida como uma jornada.

É claro que, como qualquer projeto a ser desenvolvido, é preciso traçar metas e estabelecer um cronograma a ser seguido.

Contudo, ao longo deste caminho, os “goals” devem e serão revisitados, e, assim, a companhia aprimorará de maneira constante seus processos ESG. É sempre possível melhorar! Sempre.

Mas é preciso começar. Por óbvio que nenhuma corporação conseguirá ser excepcional em todos os 3 pilares ESG. E aí? Em qual deles focar?

Olhe para dentro de sua empresa. Qual seu “core business”? Uma fábrica de veículos elétricos, por exemplo, já nasceu com a missão de criar soluções de mobilidade com menor impacto ambiental e, portanto, o viés ambiental faz parte do DNA da marca e com certeza terá maior relevância dentro desta.

Da mesma forma, uma transportadora pode pensar em formas de reduzir a emissão de CO2, seja modernizando sua frota, apostando em novos meios de entrega ou ainda, realizando o plantio de árvores para compensar o dióxido de carbono lançado na atmosfera.

Isto não significa que o Social e a Governança serão “deixados de lado”, até porque os 3 eixos precisam estar alinhados.

Agora pensemos em nosso modelo de negócio – um escritório de advocacia – parece fazer muito mais sentido canalizar maiores esforços em práticas sociais e de governança, do que em ações ambientais, não é mesmo? Até pela própria definição do Direito: meio de pacificação social; e sua razão de ser: a busca pelo equilíbrio das relações sociais.

Portanto, atuar junto a projetos sociais e mesmo desenvolver programas de seleção mais inclusivos podem ser iniciativas a serem adotadas – sem deixar de endereçar práticas ambientalmente adequadas, tais como o uso de papel reciclado.

Já a governança cumpre papel essencial em nosso ramo de atuação, seja na prevenção e combate à lavagem de dinheiro e do financiamento ao terrorismo, seja na prevenção e repressão à corrupção.

Em todos os segmentos econômicos a governança atua, ainda, como catalisadora das ações ambientais e sociais. Logo, o estar em “Compliance” vai muito além de cumprir as leis. O “Compliance” deve ser, antes de tudo, responsável nas demandas humanas/sociais e ambientais.

Pois bem, após ter identificado a sua prioridade na pauta ESG, busque pelo “ESG Champion”. Em toda organização haverá aqueles que têm paixão pelo tema e que estarão um pouco mais alinhados com as questões aqui tratadas. É esta figura que, em conjunto com a alta administração, será responsável por desenvolver uma agenda ESG e “contaminar os colaboradores” (no bom sentido da expressão).

Isto é fundamental. As práticas definidas pelo board e o Núcleo ESG (quando houver departamento específico) apenas terão aderência se as pessoas forem incluídas fortemente no processo. Afinal, quem faz tudo acontecer são elas, as pessoas. Metas e métodos – ainda que brilhantes – sem adesão estão fadados ao fracasso.

Por fim, o objetivo não é ser a melhor corporação ESG, mas ser a melhor versão possível de sua empresa. Se todos estiverem imbuídos deste espírito, temos certeza que os ganhos serão múltiplos.

Vamos juntos?

Por Daniela Braga Paiva Pacheco
daniela@fbcadvogados.com

FBC Advogados
Juntos podemos mais!

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