Metaverso e Darwin

Metaverso e Darwin

As discussões sobre realidade virtual e metaverso ganham adeptos e convencem até os mais céticos.

A possibilidade de estabelecermos comunicação a distância é o início da realidade virtual? Acredito que sim, o telégrafo, criado no século XVIII (1792)*, inicia o processo de estabelecermos comunicação e relações comerciais a distância, a partir de uma ferramenta que conectava as pessoas, naquele momento apenas em código.

Com o passar dos séculos, a comunicação e as relações a distância foram ganhando outros caminhos e novas dimensões e a criatividade nos leva a comunicação a distância, sem limites, instantânea e com requintes de realidade. A comunicação à distância não era mais suficiente, precisávamos nos comunicar, mais rápidos e, se possível, com o nosso “clone”.

Bem, se somos o que falamos, ou escrevemos e autorizamos nosso “clone”, ops, avatar (um clone com “filtro” e com mais personalidade), a nos representar, então sim, duplicamos as nossas responsabilidades e/ou levamos ela a outra dimensão, ops, metaverso (plataforma de realidade virtual). O metaverso acabou se tornando a resposta a nossa ânsia por melhorarmos a comunicação entre mensagens eletrônicas (e-mails, aplicativos e redes sociais de mensagens). A plataforma virtual de comunicação a partir do nosso alter ego (avatar), não apenas encurta nossas relações, mas desenvolve atividades que são concebidas e concluídas 100% em ambientes virtuais, ou seja, há um mundo paralelo tão econômico como o mundo físico, adaptamos os meios de comunicação, evoluímos e a velocidade dos negócios e relações são exponencialmentes mais velozes e, é claro, cobiçadas.

O valor econômico das relações virtuais fomenta e desenvolve novas maneiras de desenvolvimento de negócios e afeta diretamente as relações humanas que podem mudar a maneira da nossa existência, na verdade já mudou e seguimos nos adaptando. Se tiver um “tempinho” assista o filme Ela (filme de 2013, do diretor Spike Jonze). O roteiro gera um pouco desse choque necessário em como podemos estar caminhando para essa vida virtual paralela.

O tema pode ser um pouco intrigante, mas é real, por mais virtual que seja. E se é uma realidade em constante evolução, ao longo do tempo iremos ajustando, criando e desenvolvendo maneiras de também equilibrarmos as relações nesse mundo paralelo. Usos e costumes definem a constituição de leis, mas leis já criadas, ainda que em momentos em que nem se falava em metaverso, havendo a similaridade de relações humanas e de negócio em ambientes 100% virtuais, terão seu adequado enquadramento e recepção de regras de convivência, diz-se lei. Já dizia o Filósofo Inglês Herbert Spencer*, que a sua liberdade termina onde começa a liberdade do outro, que será sempre um bom balizador de relações humanas, sejam elas reais, virtuais ou híbridas.

A realidade virtual é a resposta à velocidade da comunicação, mas nunca será “terra sem lei”, não há um mundo marginal surgindo, mas um novo ambiente de comunicação. Nossa sobrevivência depende da nossa velocidade de adpatação, já dizia Charles Darwin**.

Por Bernardo Buosi
bernardo@fbcadvogados.com

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Fontes:
* Data de Criação do Telégrafo: https://impa.br/noticias/telegrafo-anunciou-a-comunicacao-moderna/#:~:text=O%20primeiro%20tipo%20foi%20o,espalhou%20por%20todo%20o%20mundo
** Herbert Spencer (Derby, 27 de Abril de 1820 – Brighton, 8 de Dezembro de 1903) foi um filósofo, biólogo e antropólogo inglês, bem como um dos representantes do liberalismo clássico.
*** Charles Robert Darwin, FRS FGRS FLS FLZ[2] (pronúncia em inglês: ['dɑːrwɪn];[3] Shrewsbury, 12 de fevereiro de 1809 – Downe, 19 de abril de 1882) foi um naturalista, geólogo e biólogo britânico,[4]célebre por seus avanços sobre evolução nas ciências biológicas.